Apesar de ainda ser reconhecido por profissionais atuantes na área há dez anos, o papel do profissional de TI mudou. À medida que as funções de TI tradicionais e baseadas em silos (como administradores de rede, armazenamento, sistemas, bancos de dados e outros) assumem novas responsabilidades, os profissionais de TI não podem mais ser meros especialistas. A capacidade de aprender rapidamente novos conceitos e habilidades de TI continua sendo mais importante do que ser especialista em qualquer tecnologia específica. Agora, espera-se que os profissionais de TI implementem novas tecnologias e tendências (como contêineres, arquiteturas sem servidor e IoT), enquanto trabalham com provedores de serviço da nuvem e atuam como contatos para líderes empresariais.
Além de tudo isso, os profissionais de TI ainda gerenciam tecnologias e infraestruturas tradicionais, como servidores locais, redes, bancos de dados e virtualização que, mesmo com todas essas mudanças, ainda têm o seu lugar.
Isso sem falar das evoluções contínuas em segurança, com a constante ameaça de ataques e violações de dados. Atualmente, os profissionais de TI devem redobrar a atenção, já que tudo (desde redes locais a provedores de nuvem) pode ser explorado quando os protocolos de segurança não estão funcionando corretamente.
Por causa disso, os profissionais de TI modernos devem ter uma noção de todas as suas redes e sistemas, seja no local ou na nuvem, além de compreensão integral da pilha de aplicativos, a fim de tomar decisões rápidas e bem-informadas para garantir o desempenho ideal.
Veja a seguir os principais fatores para se tornar um profissional de TI bem-sucedido:
Evolução constante
À medida que o DevOps se integra à empresa, trazendo com ele mudanças de cultura, habilidades e fluxo de trabalho, cabe aos profissionais de TI acompanhar essa tendência. A colaboração é o elemento central de uma cultura e mentalidade de DevOps bem-sucedida, e como o objetivo final é fornecer ao usuário final o melhor desempenho em aplicativos, a abordagem de silos não funciona.
Em outras palavras, não há mais uma equipe de banco de dados. Não há mais uma equipe de rede. Não há mais uma equipe de armazenamento. Temos somente a equipe de TI que, no fim das contas, é a responsável pelo desempenho dos aplicativos – essa é a parte complicada para qualquer empresa moderna. Isso exige transparência, visibilidade, um conjunto consistente de ferramentas de monitoramento e trabalho em equipe. Dividir silos entre equipes tradicionais de data center e alinhá-los a metas de desempenho de usuários finais ajudará as organizações a se prepararem para integrar e gerenciar equipes de desenvolvimento e operações durante o processo.
Apesar de o DevOps não ser mais algo tão recente, sua adoção ainda não é certa para a maioria. Além da adoção continuada de uma cultura de DevOps, a introdução de novas tecnologias baseadas em máquinas exigirá que os profissionais de TI continuem se concentrando em desenvolver novos conjuntos de habilidades e certificações para operar e gerenciar data centers de última geração.
Os profissionais de TI modernos devem determinar não só qual equipe ou administrador precisará ser responsável pela implantação e manutenção dessa tecnologia, mas também que padrões de monitoramento devem ser aplicados, quais protocolos de segurança devem ser seguidos e assim por diante.
Para a empresa, o mais importante é que os aplicativos funcionem bem o tempo todo, pois cada uma delas, bem como seus componentes, depende dos aplicativos. Quando há uma queda no desempenho do aplicativo ou uma interrupção, a empresa se atrasa ou para de operar totalmente. O profissional de TI moderno deve ser capaz de escolher tecnologias que realmente melhorem os negócios e adotá-las completamente com as habilidades adequadas quando atingirem o nível adequado de maturidade.
Segurança nunca é demais
As ameaças de segurança cibernética e seus resultados mais comuns, as violações de dados, devem ser sempre uma prioridade para o profissional de TI. A cada ano que passa, a ameaça de violações corporativas só faz aumentar, e essas grandes perdas de dados das empresas acabam virando notícia. Pode parecer um conselho batido, mas é essencial tomar todas as precauções e medidas de segurança disponíveis. Além do mais, os dados das organizações nunca foram tão valiosos quanto agora.
Como resultado, muitos especialistas em segurança preveem aumentos exponenciais no volume, na gravidade e na visibilidade das violações de dados, particularmente para grandes corporações, a partir de 2017. A menos que algo mude.
Parte dessa transformação exige que a segurança seja realmente responsabilidade de todos. Isso não quer dizer que a empresa não deve contratar especialistas em segurança, mas que cada profissional de TI deve se responsabilizar por garantir a segurança dos dados e da infraestrutura da organização e tornar isso uma prioridade.
Aceitar a TI híbrida como a nova realidade
A TI híbrida— a manutenção de alguns aplicativos e infraestruturas no local ao aproveitar serviços baseados em nuvem para outros —está em constante evolução. Para a maioria das empresas, ela já uma realidade que não pode mais ser evitada, como há alguns anos. Na verdade, de acordo com o Relatório de tendências em TI da SolarWinds para 2016, 98% dos profissionais de TI brasileiros disseram que adotar tecnologias de nuvem é importante para o sucesso de suas organizações, mas 64% afirmaram que é improvável que toda a infraestrutura das organizações seja migrada para a nuvem.
Os profissionais de TI devem aceitar e se preparar para o sucesso nesta nova realidade. Isso começa ao estabelecer o foco no usuário final e na orientação para serviços. O objetivo principal da TI moderna é oferecer uma qualidade de serviço superior aos usuários finais, a fim de garantir a produtividade dos negócios. Com esse propósito, a minimização dos atritos entre silos departamentais acelera atualizações, mudanças e implantações, bem como o tempo de resolução de problemas, o que proporciona uma experiência melhor ao usuário final.
Em seguida, se faz necessário otimizar a visibilidade e ter uma fonte única da verdade em todo o ambiente de TI, incluindo tanto elementos locais quanto os da nuvem. A normalização de métricas, alertas e outros dados coletados de aplicativos e de cargas de trabalho, independentemente do local, permitirá uma abordagem mais eficaz para a correção, solução de problemas e otimização.
Em terceiro lugar, aplicar o monitoramento como disciplina. No mundo da TI híbrida, repleto de novas complexidades, o monitoramento não pode mais ser algo secundário. Ao estabelecer o monitoramento como uma função de TI essencial (ou, em outras palavras, o monitoramento como uma disciplina), as organizações podem se beneficiar de uma estratégia de TI preventiva, ao mesmo tempo em que aperfeiçoam o desempenho, os custos e a segurança da infraestrutura.
Por fim, enfatizar o desenvolvimento ou o aprimoramento de competências e conhecimentos técnicos fundamentais. Para serem bem-sucedidos no mundo da TI híbrida, os profissionais de TI da atualidade precisam ir além dos papéis tradicionais e se tornar especialistas em múltiplas áreas, transitando por diversos domínios. As mais importantes competências e conhecimentos que os profissionais de TI precisam desenvolver ou aprimorar para serem bem-sucedidos no gerenciamento de ambientes de TI híbrida incluem: arquiteturas orientadas a serviços, automação, gerenciamento de fornecedores, migração de aplicativos, arquiteturas distribuídas, ferramentas e métricas de gerenciamento e monitoramento de TI híbrida e API.
Conclusão
Os profissionais de TI nunca foram tão importantes para o sucesso comercial como agora. Mas, para que possam realmente aderir a essa nova função, eles devem entender tudo o que pode contribuir para o sucesso hoje e no futuro: ser capazes de evoluir (conforme demonstrado pelo movimento de DevOps), aceitar a segurança como elemento fundamental do trabalho (independente das responsabilidades que eles possuem no momento) e adquirir as habilidades e conhecimentos necessários para gerenciar a nova realidade de infraestrutura: a TI hibrida.
Leon Adato - Gerente técnico da SolarWinds.