Em Santa Cruz do Sul (RS) foi lançado o primeiro ônibus no Brasil com suporte para bicicletas. (foto: divulgação)



Já ouviu falar de uma cidadezinha chamada Santa Cruz do Sul? Ela tem pouco mais de 120 mil habitantes, mas recebeu um título de fazer cair o queixo de qualquer capital do país. Sabe por quê? Foi uma das primeiras a instalar, em ônibus urbanos, o carregador de bicicletas – um suporte colocado na frente do coletivo para carregar as magrelas. A iniciativa começou em fevereiro e está dando certo. Tanto que a mesma empresa, a Stadtbus, levou a ideia para outra cidade em que atua, Bagé, no início de abril, inspirando-se nos modelos de transporte de grandes cidades europeias, como Barcelona.

No ônibus e no... avião!
A bicicleta também pode ser transportada no avião sem custo adicional, na maior parte das companhias aéreas, desde que se encaixe no peso total a que o passageiro tem direito de carregar. A TAM já permite esse transporte sem custo há tempos e, em março deste ano, a Gol também incluiu a bike na franquia normal de bagagem despachada.
Não que a poluição ou o trânsito da região precisassem de um incentivo como esses, mas nunca é demais, não? O empreendimento, além de melhorar a qualidade de vida de quem mora nessas cidadezinhas do Rio Grande do Sul, pode ser um puxão de orelha para que outras cidades decidam seguir a novidade. E tem tudo para funcionar. São Paulo, essa sim uma cidade que precisa de medidas urgentes para melhorar o trânsito e aliviar a população de tanto gás carbônico jogado no ar pelos automóveis, começou a testar a implantação de carregadores de bicicleta na segunda quinzena de abril. Segundo a SPTrans, responsável pelo transporte de ônibus na capital, ainda estamos em fase experimental e não há previsão para que o projeto ganhe as ruas, infelizmente.

Quando aprovar o projeto – e podemos torcer para que isso não demore anos – São Paulo ganhará um pontinho no ranking de mobilidade urbana. Afinal, quem faz trajetos longos e antes precisava usar o carro para chegar ao ponto de ônibus, ou mesmo quem usava vários coletivos para chegar ao destino, poderá usar a bicicleta e carregá-la na frente do ônibus em algum trecho do percurso. O ruim é que só essa iniciativa, isolada, não resolve muita coisa. A cidade, hoje, possui uma malha cicloviária ínfima quando comparada a outras cidades – e os incentivos a ciclistas são quase negativos. Se montássemos um ranking brasileiro das cidades que mais incentivam o uso das duas rodas – o que ainda não foi feito por aqui, certamente São Paulo ficaria longe do topo.

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