Diretores e coordenadores conheceram e apoiaram o projeto
Foi lançado ontem o projeto Zélio do Comen (Conselho Municipal de Entorpecentes) junto a diretores e coordenadores de escolas municipais e estaduais. O projeto consiste em utilizar o gibi da Turma da Mônica para atrair e informar crianças do terceiro e quarto ano do ensino fundamental.
A história foi criada utilizando personagens da Turma da Mônica. O material didático está pronto. Foram rodados dez mil exemplares através de financiamento da Prefeitura. Os alunos da 3ª e 4ª série da rede estadual, municipal e particular de ensino irão receber uma unidade cada assim que os professores forem capacitados.
Ontem diretores, vice-diretores e coordenadores das escolas do ciclo I (1ª a 4ª série) compareceram à Diretoria de Ensino para entender a importância da educação na prevenção do uso de drogas. “Muitos usuários e traficantes de hoje, que são agressores, já foram vítimas no passado. Seja de famílias com problemas ou no próprio ambiente escolar, por conta do bullying (termo inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou um grupo)”, salientou o procurador da Vara da Infância e Juventude, Jurandir Afonso Ferreira. Ele completou o raciocínio mencionando que crianças zombadas, humilhadas ou excluídas se tornam “presas” fáceis para os traficantes que “têm um olhar clínico e propõe apoio, poder e dinheiro”.
O promotor também relacionou os problemas hoje que prejudicam o combate ao tráfico e a recuperação de crianças e adolescentes, enfatizando que a educação escolar é uma esperança. Na família, muitos alunos não encontram apoio e orientação, ao contrário, às vezes até seus familiares são dependentes químicos ou de álcool. Na Justiça, as leis que coibiram a ação da polícia e afrouxaram o sistema prisional criaram, segundo o promotor, “a receita do caos que levou ao aumento do tráfico”. Na Saúde, há uma carência nacional de unidades terapêuticas para recuperação de crianças e adolescentes viciados em drogas pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
“Restam duas classes que têm um poder muito grande de formar opinião e nas quais depositamos grande esperança: As igrejas e os professores”, destacou o promotor. Ele acredita que se os professores se unirem e se organizarem podem educar as crianças e adolescentes, informando e moldando caráter, atuando pela prevenção.
Após o lançamento do projeto Zélio, o passo seguinte é a capacitação dos professores para utilizar o gibi, nos dias 18 e 25 de maio e 1º de junho. “Não queremos ensinar a abordagem pedagógica aos professores, mas oferecer conhecimento sobre entorpecentes, para que eles possam orientar devidamente os alunos”, observou a presidente do Comen, Ana Crepaldi. “A proposta é tornar as crianças aptas a enfrentarem dificuldades e resistirem às pressões dos grupos”, acrescentou.
Na história do gibi, com o título “Uma história que precisa ter fim”, é uma professora que explica o que são as drogas, quais os interesses de quem as tornam acessíveis e os malefícios que causam em quem as usa, tanto no aspecto da saúde, quanto social, familiar, pessoal e financeiro, levando ao crime para manter o vício.
Fonte: Jornal da Manhã

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