Empresa amplia mercado para sair da crise e conquista mais clientes
Receptivo de empresários brasileiros na Alemanha supera a falta de dinheiro nos tempos do Plano Collor e completa 20 anos no mercado

 Divulgação Iramaia Kotschedoff se especializou em organizar viagens de brasileiros que vão a feiras de negócios na Alemanha Iramaia Kotschedoff trabalhou em duas companhias aéreas, Vasp e Lufthansa,e decidiu usar os contatos que fez em sua carreira para fundar aIramaia Messe Service em 1989. Sediada em Düsseldorf, na Alemanha, a empresa se especializou em organizar toda a logística das viagens de visitantes e expositores brasileiros participantes das feiras de negócios naquele país.

O público-alvo da empresa são os pequenos e médios empresários. “Senti a dificuldade dos brasileiros em escolher a feira certa, poucos falavam inglês, sentiam-se inseguros quanto ao idioma, cultura local e formas de pagamento para participar dos eventos“, conta a empresária. A ideia parecia boa e a empresa estava pronta para decolar. Aí veio o primeiro grande obstáculo.

No começo dos anos 90, o Plano Collor surgiu para tentar controlar a inflação e congelou o fluxo de dinheiro dos brasileiros. Iramaia sofreu um grande baque. Ela havia feito um investimento de US$ 150 mil para organizar diversas viagens de brasileiros, mas o dinheiro que viria dos clientes não chegou. “Sem o dinheiro, eu ia declarar falência“, relembra. Ao invés disso, a empresária decidiu reagir. Ampliou seu mercado de atuação e contatou câmaras de comércio da Alemanha ao redor do mundo para conseguir mais clientes. E eles vieram.

Para superar a dificuldade, Iramaia considera que foi importante ter persistência. “Sempre vi crise como chance. Ela vem para separar o joio do trigo. Quem é bom vai sempre sobreviver“, afirma. Com o que aprendeu no passado, Iramaia viu nos últimos dois anos a chance de expandir. Para a empresária, a crise financeira mundial que começou em 2008 mostrou que “o Brasil é a bola da vez“, e ela pretende oferecer, no Brasil, o mesmo trabalho que já faz na Alemanha. Só que dessa vez seu público será o povo alemão.

Em 2009, a Iramaia Messe Service completou 20 anos com clientes de vários países, principalmente Brasil, França e Itália. “Costumamos ouvir de outros países que funcionamos na mistura certa: a competência alemã com a hospitalidade e a generosidade brasileiras“, completa.

Empresário dribla desconhecimento do produto e consegue entrar no mercado
Na época em que a Mr. Fondue começou, ninguém sabia o que eram as cascatas de chocolate. Foi uma luta demonstrar o produto

 Divulgação André Boavista se apaixonou pelas cascatas de chocolate e viu nelas uma oportunidade de negócio

O administrador de empresas André Boavista é natural de Salvador, na Bahia, e lá abriu a consultoria publicitária Domiciliar no ano 2000. Mas seu objetivo de vida era ir para São Paulo. “Queríamos estar no maior mercado do Brasil”, diz. Em 2004, mudou-se para o Sudeste e, em 2005, conheceu as cascatas de chocolate, famosas no exterior naquela época, e viu ali a oportunidade de iniciar um novo mercado no Brasil. Transformou, então, sua consultoria na Mr. Fondue, empresa especializada no fornecimento de cascatas de chocolate para festas e eventos. “Achamos que era um negócio inédito na ocasião e resolvemos fundar a empresa”, conta o empresário. A única coisa que permaneceu inalterada foi o CNPJ.

O começo, contudo, foi complicado. “Era muito difícil. Tentávamos falar com as pessoas, maselas não sabiam o que eram cascatas de chocolate e acabavam nos confundindo com fornecedores de chocolates”, afirma. “As pessoas não aceitavam nem a demonstração do produto.”

Sendo assim, o início da divulgação se deu em festas de aniversário de filhos de conhecidos, sem nenhum ganho. Muitos contatos depois, a empresa conseguiu demonstrar seu produto no Bar des Arts, famoso em São Paulo. A reação positiva do público rendeu um contrato com o restaurante que só terminou em 2009 e gerou propaganda boca-a-boca, que trouxe mais clientes.

Para superar o desconhecimento de seu produto, Boavista diz que foi fundamental acreditar no que fornecia. “Tínhamos certeza que seria um grande sucesso no Brasil”, diz. Atualmente, o Mr. Fondue atende clientes de todas as classes sociais e faz eventos desde aniversários a festas de empresas.
Falhas na comunicação interna impediam empresa de crescer
Com cursos e consultoria em gestão de pessoas, a Siteware conseguiu melhorar o rendimento da equipe

 Divulgação Em dezembro de 2001, após o fim de seu antigo empreendimento, o analista de sistemas e empresário Marcello Ladeira fundou a Siteware, uma empresa de tecnologia de informação especializada no desenvolvimento de sistemas de gestão pela qualidade. Mesmo já tendo experiência anterior como empresário, a Siteware teve problemas.

Grande parte da dificuldade deveu-se a uma comunicação interna insuficiente. “As pessoas não conversavam e desenvolviam seu trabalho da maneira como achavam que deviam”, conta Adriana Diniz, uma das gerentes da Siteware. O clima no ambiente de trabalho era de falta de motivação e incerteza. “Isso causava perda na produtividade”, completa Marcello Ladeira.

Para contornar o problema, em 2008, Ladeira sugeriu aos gerentes da empresa que fizessem um MBA em Gestão de Competitividade. “Precisava de uma formação maior dos gerentes, porque estavam sem formação adequada em gestão de empresas e de pessoas”, diz o diretor.

Como parte do curso, a Siteware tinha direito a algumas horas de consultoria na área de seu interesse. Escolheram gestão de pessoas, com a consultora Roseluci Máfia, que executou um trabalho de motivação dentro da empresa. Com a capacitação da gerência e a consultoria, o relacionamento interpessoal dentro da empresa melhorou e a produtividade subiu. “O ganho de conhecimento sem dúvida fez com que contornássemos o problema”, afirma Ladeira.

Atualmente, a Siteware continua com o trabalho de aperfeiçoamento ao lado da Fundação Dom Cabral, em Belo Horizonte. A gerência que antes tinha apenas formação técnica e dificuldade em delegar funções tornou-se uma equipe coesa e altamente capacitada. A empresa, que começou com nove pessoas, dobrou seu quadro de funcionário nos últimos tempos. Ladeira diz que em 2009 fez um planejamento estratégico e que nos próximos anos seguirá a mesma linha. “Coisa que nem fazíamos antes”, conclui.

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