O fim da desoneração da linha branca em 31 de janeiro e da isenção do IPI para carros 1.0 no final do ano passado não reduziu o apetite dos consumidores por bens duráveis. A intenção de compra para o primeiro trimestre deste ano é a maior dos últimos 11 anos, aponta estudo realizado pelo Provar (Programa de Administração do Varejo). Na cidade de São Paulo, 77,2% pretendem adquirir ao menos um bem durável nos primeiros três meses de 2010, o maior percentual registrado desde o início da pesquisa, em outubro de 1999.
O índice representa um crescimento de 10,6% em relação ao primeiro trimestre de 2009, quando a intenção de compra era de 66,6%. Já na comparação com o quarto trimestre do ano passado houve acréscimo de 0,2% Foi a primeira vez na série histórica em que o primeiro trimestre de um ano teve alta frente ao quarto trimestre anterior.
A intenção de compra para a linha branca, de 10%, registrou crescimento de 2% em relação ao quarto trimestre de 2009, mesmo com o fim das desonerações em 31 de janeiro. A venda de veículos, que não têm mais isenção de IPI desde o fim do ano passado, mas permanecem com redução do imposto até 31 de março, seguiu pelo mesmo caminho. Dos paulistanos entrevistados, 7,6% dizem querer comprar um automóvel até o terceiro mês do ano, uma alta de 26,7% em relação ao quarto trimestre de 2009.
“O Brasil vive uma situação relativamente confortável. Pela primeira vez na história, uma crise internacional não solapou a economia brasileira. No varejo, as promoções continuam e os juros sofreram queda. Por tudo isso, mesmo com o fim das desonerações, as pessoas querem continuar comprando”, afirma Claudio Felisoni, coordenador geral do Provar.
Dentre as demais categorias analisadas pelo estudo, destacam-se nas intenções de compra os itens de cine e foto, com 14%, seguidos pelos produtos de informática, com 13,2%, e o segmento de telefonia e celulares, com 12%.
Em relação ao quarto trimestre, as categorias que apresentaram o maior crescimento da intenção de compra foram os eletroportáteis (46,2%), material de construção (32,5%), automóveis (26,7%) e telefonia e celulares (13,2%).
Para o segundo trimestre, no entanto, a expectativa é que haja uma desaceleração no ritmo de consumo do paulistano. “Provavelmente, até o meio do ano, o governo irá subir a taxa de juros básica e, com o dólar em alta, é possível termos uma desaceleração. Ainda assim, 2010 deve ser um ano de crescimento significativo no consumo”, projeta Felisoni.
Na internet
A intenção de compras pela internet também permanece bastante alta. Quase 87% dos entrevistados (86,8%) declaram querer comprar pelo menos um dos segmentos consultados pela pesquisa. Comparado ao quarto trimestre de 2009, houve aumento de 0,9%.
Em relação ao quarto trimestre de 2009, os segmentos de CDs, DVDs, livros e revistas tiveram as altas mais expressivas, de 56,4%, 50,2% e 14,7%, respectivamente.
Fonte: G1