Marília está entre as duas únicas regionais do Estado de São Paulo que conseguiram fechar 2016 com nível de emprego positivo na indústria. Com avanço de 2,13% em relação a 2015, a cidade ficou atrás somente de São Carlos (2,20%). Os dados são do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).
O índice foi muito acima da média estadual, que registrou queda em 6,58%. Entre os pólos regionais no oeste paulista, a pior classificação ficou com a regional de Presidente Prudente (-12,38%), seguida de Araçatuba (-5,45%), São José do Rio Preto (-5,02%) e Bauru (-3,65%). A queda mais acentuada do nível de emprego da indústria no estado aconteceu na regional de Cubatão (-33,09%).
Segundo o economista Antônio Matioli, o sucesso industrial no estado está atribuído ao tipo de indústria predominante em cada região. “A Usiminas dispensou muitos empregados em Cubatão. No ABC, o setor automotivo também teve perdas significativas porque o consumo de bens despencou”, analisa.
Matioli acredita que índice positivo em Marília, que foi quase único de 2016, teve como base fundamental as fábricas do setor alimentício. “O nosso alimento - bolachas e amendoim - são produtos baratos e que não têm muita alteração de preço. Por isso pessoal segue comprando”, estima. “O consumo é que demanda o emprego. E se não vende numa região vende para outra”, conclui.
Dezembro registrou queda de 1,41% no nível de emprego industrial em relação a novembro. Mas apesar do índice negativo, Matioli salienta que região teve um mês ruim por conta do final de ano, quando os produtos mais vendidos são eletrodomésticos e têxteis. “Ninguém dá balas ou amendoins nesta época. Temos um parque industrial de produtos constantes o ano todo e não sazonal”, explica.
Entre os setores de Marília, a maior queda ficou em dezembro, em Produtos têxteis (-4,25%), seguido de Móveis (-3,93), Produtos Químicos (-3,38%), Bebidas (-1,71%), Produtos de Metal (-1,60%), Produtos Alimentícios (-1,36%), Máquinas e Materiais Elétricos (-1,03%) e Máquinas e Equipamentos (-0,76%). A exceção dos negativos foi o setor de Impressão e Reprodução de Gravações com crescimento de 3,29%.
A solidez da indústria mariliense é ainda mais destacável se compararmos o nível de emprego desde 2015, quando fechou o ano em primeira do estado, mesmo em queda de 1,80. São Carlos, que teve o melhor índice do ano passado, foi apenas 16ª melhor região em 2015, com declive de 9,97.