O dado é de estudo da Australian National University, elaborado com 7.000 australianos durante sete anos, concluído em março.
Em uma escala que mede a qualidade de vida baseada nos níveis de depressão e ansiedade, desempregados tiveram pontuação média de 68,5. Os que conseguiam bom trabalho tinham aumento de 3,3 pontos. Os que obtinham emprego ruim viam a pontuação cair para 62,9.
"Faz todo sentido, porque, cada vez mais, os trabalhadores têm tido doenças como síndrome do esgotamento profissional", considera Alexandrina Meleiro, médica do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.
O ex-bancário William Sérgio, 44, entrou em depressão após 20 anos de trabalho em oito instituições diferentes. "Não tinha motivação, briguei com a família e me divorciei, de tão estressado", diz. Hoje, Sérgio dá aulas de marcenaria em ONGs.
Atílio Bombana, do departamento de psiquiatria da Unifesp (Universidade de São Paulo), salienta, entretanto, que, se o desemprego durar muito tempo, os danos à saúde mental poderão ser piores do que estar em um emprego considerado não satisfatório.
O diretor da Anamt (Associação Nacional de Medicina do Trabalho) Duílio Camargo complementa que estar desempregado na Austrália é diferente de no Brasil. "Aqui ainda há muito medo do desemprego. Ficar sem ocupação afeta emocionalmente."
Na avaliação de Fernando Coelho, gerente de saúde do Sesi (Serviço Social da Indústria) "é melhor procurar ajuda na empresa do que pedir demissão e ficar mais doente por estar desempregado".
"Mas é preciso ter atividades lúdicas, que ajudem a aguentar as pressões do trabalho", afirma Bombana.
SINTOMAS de TRANSTORNOS MENTAIS
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Fonte: Folha.com / classificados