O Univem lançou, no dia 9 de junho, uma exposição em comemoração ao mês do Meio Ambiente, montada no hall de entrada do Centro Universitário Eurípides de Marília. A mostra conta com três artistas de estilos e dons diferentes, porém tratando da mesma temática, a preservação do meio ambiente. E ainda algumas peças confeccionadas pelos projetos Tear e Bambu, mantidos pela instituição, também estão à mostra, trazendo à tona a importância da sustentabilidade até mesmo nas artes.
Em um extremo, o artista plástico Divino Ribeiro expõe suas obras que dão cor e sentido à relação homem/natureza. O estilo de Divino, classificado como surrealista por críticos de arte de países como França, Itália e Alemanha se destaca pela simbologia que o artista imprime em cada traço das obras, que em sua maioria são em guache sobre papel, com exceção de duas telas que são em tinta acrílica.
“Minha inspiração vem de notícias publicadas sobre a devastação e suas causas e do pouco esforço que o homem tem feito para reverter esse processo ou diminuí-lo”, explica Divino, que é reconhecido internacionalmente por seus quadros, mas pouco reconhecido na região. Além das obras expostas no Univem, outros trabalhos de Divino podem ser apreciados através de seu blog www.surrealismoribeiro.blogspot.com ou no site www.artesribeiro.com .
As esculturas em madeira, feitas apenas com uma moto serra, de Paulo Sérgio da Rocha, também ganha destaque na exposição. São cachorros, silhuetas, patos, mas a especialidade de Paulo são as cabeças de cavalo, que também são as mais requisitadas pelos clientes. O foco é reaproveitar os troncos de árvores provenientes de podas e cortes de árvores realizados pela prefeitura de Marília ou de outras origens.
Paulo trabalha em eventos representando uma empresa que fabrica moto serras, demonstrando que esse não é apenas um instrumento de devastação ambiental, mas que também é capaz de transformar troncos de árvores em objetos de decoração. “Quando faço uma estatua costumo deixar que as pessoas escolham o que querem e elas ainda podem assistir ao vivo a confecção da peça”, disse Paulo.
O descarte da construção civil também ganha vida nas mãos do artista Paulinho Silveira, outro visionário que viu possibilidade de tirar beleza do que deixou de ser belo. Pedaços de vigas e portas descartadas em construções são misturados a pastilhas e cerâmicas numa técnica parecida com a de mosaico, formam quadros quadrados e retangulares e mesas de centro, dando efeito rústico à peças que se encaixam em qualquer ambiente.
“Trabalho com arquitetura e construção há muitos anos e sempre pensei que esses materiais descartados renderiam alguma coisa”, comentou Paulinho, que há dois anos resolveu soltar a imaginação usando esse material. “Algumas peças foram feitas de pedaçinhos de troncos de árvore que encontro no bosque durante minhas caminhadas diárias e aproveito para fazer algo bonito”, completou o artista.