No sudeste destaque para as médias! Cidades menores, mas que crescem mais rápido que as capitais, atraem profissionais

As cidades médias da região Sudeste do país, com população em torno de 300 mil habitantes, são o destaque deste ano na pesquisa da Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro, que aponta as melhores cidades para trabalhar. Com problemas sociais menores que os das capitais e possibilidades de carreira e salários cada vez mais atraentes do que os encontrados nos grandes centros, elas vêm se firmando como opção viável para quem busca crescimento profissional e boa remuneração.   Barueri, em São Paulo, Betim, em Minas Gerais, e Macaé, no Rio de Janeiro, se tornaram polos econômicos por causa da transferência de recursos dos maiores centros urbanos. Barueri saltou da 16ª colocação, em 2008, para a 1ª no índice de vigor econômico deste ano, deixando para trás a capital paulista, na 18ª posição. Com uma economia diversificada e 270 mil habitantes, Barueri faz parte da grande região metropolitana de São Paulo, mas tem poucas opções de educação superior: a cidade está em último lugar nesse quesito em nossa pesquisa. Seu Produto Interno Bruto (PIB) é o segundo maior do estado e o oitavo do país, e soma 22,4 bilhões de reais, valor que é maior do que o de Salvador, Fortaleza e Recife. Dá para dizer que Barueri tem hoje prosperidade e modernidade que não se veem nem na capital paulista, e isso se reflete na geração de postos de trabalho, diz o especialista em desenvolvimento regional e professor do Ibmec-Rio, Marco Aurélio Cabral Pinto.   A região abriga grandes multinacionais, mas o crescimento da cidade se dá sobre empresas de tamanho médio em fase de expansão. É o caso da Plastrom Sensormatic, de sistemas de segurança para o varejo, que detém 70% do mercado no país, contratou 100 pessoas no último ano e aumentou seu faturamento em 40%. Temos planos para dobrar o faturamento em dois anos e vamos precisar de gente especializada nas áreas de vendas, assistência técnica e finanças, diz Fernanda Tavares, gerente de recursos humanos, que contratou 40% de sua mão de obra fora de Barueri. A HP, gigante de tecnologia com sede na região, aumentou em 70% o número de funcionários no ano passado. Mais da metade vieram de Barueri e arredores, diz Ana Lúcia Caltabiano, diretora de RH da empresa.

NOVO TEXAS
Macaé foi beneficiada pela instalação da Petrobras e está próxima à bela região serrana do Rio de Janeiro e de sua estrutura de turismo. Novamente, perde em educação: está em 125º lugar. Sua economia avançou 600% nos últimos dez anos por causa do desenvolvimento da indústria de petróleo e gás. O estado do Rio será puxado por Macaé e pela criação de postos de trabalho de qualidade daqui a alguns anos. É o novo Texas, prevê Marco Aurélio, do Ibmec-Rio. Estima-se que para cada mil admissões feitas pela Petrobras são gerados mais 3 mil empregos terceirizados, diz Carlos Alberto Monteiro, gerente de recursos humanos da unidade de Campos, da Petrobras, em Macaé. Seguindo esse raciocínio é possível dizer que Macaé terá cerca de 12 mil postos a mais em cinco anos. Cristiano Levone, de 32 anos, gerente de contratação de serviços, veio de São Gonçalo, a duas horas de Macaé, para fazer carreira na estatal. Ganho três vezes mais, pratico esportes e tive tempo para terminar meu mestrado. Para quem está lá ou vem de fora, as maiores oportunidades estão na área de engenharia. O alerta, no caso de Macaé, fica para os cuidados com o meio ambiente. Municípios que recebem elevados volumes de investimento têm crescimento proporcional acima da média. Mas é bom ter cautela com os colapsos ambientais, como aquele que aconteceu na Serra do Navio, no Amapá, que viveu um boom de crescimento e hoje vive o colapso da mineração, diz Jacques Marcovitch, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo.

MIGRAÇÃO INTENSA
Em Betim, a cadeia automotiva como um todo gera cerca de 40 000 empregos diretos e indiretos (incluindo a Grande Belo Horizonte). Desse total, 14 mil trabalham na sede da montadora. Em três anos, triplicamos o quadro de engenheiros de desenvolvimento, diz Glizia Prado, gerente de desenvolvimento de pessoas da Fiat, que há seis meses deixou seu emprego na capital paulista. Queria fugir do trânsito, da poluição e da violência. Tenho mais tempo e ganho 40% mais, diz. Sua difi culdade está em encontrar mão de obra qualificada. Hoje 70% do efetivo vem de outras cidades ou países e as áreas com maior escassez de mão de obra são engenharia de produtos, finanças, administração e relacionamento. É para elas que vai boa parte das 100 contratações mensais que a empresa faz na região.

As melhores cidades
1° SÃO PAULO (SP)
2° RIO DE JANEIRO (RJ)
3° VITÓRIA (ES)
4° BARUERI (SP)
5° SÃO CAETANO DO SUL (SP)
6° BELO HORIZONTE (MG)
7° MACAÉ (RJ)
8° CAMPINAS (SP)
9° SANTOS (SP)
10° NITERÓI (RJ)
11° RIBEIRÃO PRETO (SP)
12° CUBATÃO (SP)
13° CAMPOS DOS GOYTACAZES (RJ)
14° JUNDIAÍ (SP)
15° SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP)
16° SÃO BERNARDO DO CAMPO (SP)
17° SANTO ANDRÉ (SP)
18° SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (SP)
19° JUIZ DE FORA (MG)
20° PIRACICABA (SP)
21° SOROCABA (SP)
22° OSASCO (SP)
23° UBERLÂNDIA (MG)
24° BETIM (MG)
25° SÃO CARLOS (SP)
26° VOLTA REDONDA (RJ)
27° PRESIDENTE PRUDENTE (SP)
28° BAURU (SP)

29° CABO FRIO (RJ)
30° TAUBATÉ (SP)
31° ARARAQUARA (SP)
32° SERRA (ES)
33° PETRÓPOLIS (RJ)
34° AMERICANA (SP)
35° RESENDE (RJ)
36° DUQUE DE CAXIAS (RJ)
37° GUARULHOS (SP)
38° MARÍLIA (SP)
39° UBERABA (MG)
40° SERTÃOZINHO (SP)
41° LIMEIRA (SP)
42° MOGI DAS CRUZES (SP)
43° IPATINGA (MG)
44° VILA VELHA (ES)
45° TABOÃO DA SERRA (SP)
46° JACAREÍ (SP)
47° DIADEMA (SP)
48° MONTES CLAROS (MG)
49° POUSO ALEGRE (MG)
50° CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM (ES)
51° NOVA FRIBURGO (RJ)
52° CONTAGEM (MG)
53° FRANCA (SP)
  Fonte: Revista Você S/A Especial   A região de Marília se destaca entre as 50 primeiras cidades deste ranking do Sudeste brasileiro, e conta com cidades com as características definidas pela pesquisa: cidades com até 300 mil habitantes, problemas sociais menores que de capitais e possibilidades de crescimento de carreiras e salários cada vez mais atraentes. Nesse caso, as grandes cidades da região ocupam boa posição e Marília se destaca com potencial de crescimento e desenvolvimento ainda maiores. (Comunicação e Marketing Univem) 

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