Brasília será a primeira a ter computação em nuvem para o setor público |
18/04/2011 - Microsoft e Senai anunciam, em maio, acordo para treinar servidores em Brasília, cidade escolhida pela companhia para sediar laboratório voltado ao setor público Gustavo Henrique Braga A Microsoft fechou uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para qualificar servidores públicos, em Brasília, na área de nuvem privada — conjunto de equipamentos, infraestrutura ou aplicações em tecnologia da informação (TI) de uma organização compartilhados por usuários espalhados em qualquer lugar do mundo — voltada às necessidades governamentais. Dessa forma, a capital do Brasil será o primeiro lugar no mundo onde a gigante mundial oferece esse tipo de estrutura. O acordo será anunciado em maio e permitirá aos interessados usarem o laboratório do Senai para aprender sobre o funcionamento da ferramenta e para desenvolver soluções que poderão ser acessadas por qualquer usuário. A meta do Senai é capacitar cerca de 100 pessoas por mês. Para isso, os professores foram treinados por uma equipe especializada da companhia americana. “Estamos abertos na nuvem. Para isso, passamos a investir em padrões abertos de tecnologia compatível com outras plataformas independentemente de quem as desenvolveu”, declarou ao Correio James Utzschneider, gerente de Estratégia Competitiva da Microsoft. Atualmente, a empresa atua em seis laboratórios de pesquisa no Brasil. O da capital federal funciona há um ano. A preocupação de Utzschneider em mudar o foco tem fundamento. A situação da empresa no mercado é tão crítica que, no início do mês, em entrevista ao site Network World, o diretor da Linux Foundation, Jim Zemlin, chegou a declarar ter vencido a antiga batalha com Bill Gates, baseada na disputa do software fechado com o livre. “Com exceção do caso dos sistemas operacionais para desktop, o Linux ganhou em todas as frentes, incluindo computação móvel e sistemas para servidores. Podemos parar de nos preocupar com a Microsoft. Brigar com eles equivale a chutar um cachorro morto”, alfinetou Zemlin. Nova estratégia Na tentativa de reverter o quadro, a Microsoft mudou de estratégia e já não quer mais ser vista como uma empresa fechada. Djalma Andrade, gerente de Estratégias de Plataforma da empresa no Brasil, destaca que as soluções trabalhadas no laboratório de Brasília seguirão a nova política de interoperabilidade — termo usado para designar se determinada solução é capaz de interagir com outras linguagens de programação. “Queremos introduzir o governo nas discussões de uso da nuvem. Nesse contexto, a interoperabilidade é essencial, já que as diferentes esferas governamentais são heterogêneas e usam plataformas diferentes”, explicou Andrade. “Os resultados podem ser diversos. Nada impede que um aplicativo seja desenvolvido lá e usado em algum lugar para sair algo disponibilizado ao mundo, posteriormente”, explicou Arioston Cerqueira Rodrigues, gerente de Tecnologia e Formação Profissional do Centro de Tecnologia da Informação do Senai. A escolha do Brasil para o primeiro laboratório voltado para o setor público levou em conta o fato de o país ser o principal mercado da Microsoft na América Latina e de a subsidiária nacional estar entre as 10 principais operações mundiais da companhia. Além disso, o país está em primeiro lugar entre os Brics (grupo que reúne também Rússia, Índia, China e África do Sul) nos resultados da empresa. |
Fonte: Correio Brasiliense |