Tenho percebido uma tendência interessante nos processos seletivos que tenho conduzido recentemente: uma seleção por competência com forte inclinação pelas atitudes.
Quando falo das atitudes, volto ao referencial técnico do conceito de competência, que podemos resumir como o CHA (Conhecimentos + Habilidades + Atitudes). Obviamente que a perfeita composição dos três elementos é o mundo ideal, porém em tempos de mercado aquecido e apagão de talentos, muitas empresas (nacionais e multinacionais) têm pautado sua preferência na busca de profissionais com a atitude certa.
Para desmistificarmos o que quero dizer com atitude certa, é importante entendermos o que quer dizer cada um dos componentes do CHA:
- Os conhecimentos estão ligados à formação acadêmica e aos conhecimentos teóricos. O desenvolvimento deste componente está ligado aos cursos de MBA, pós-graduação e idiomas em sua maioria
- As habilidades estão relacionadas à experiência prática dos conhecimentos. Para simplificar, é o tempo de experiência na sua área de atuação.
- Já as atitudes estão relacionadas ao comportamental que rege seu perfil. Quais são os valores, crenças e motivações que levaram um profissional a atingir o patamar que ele ocupa hoje.
Quando digo que as empresas estão valorizando as atitudes corretas é porque vejo a escolha de profissionais para posições executivas sem necessariamente a totalidade dos conhecimentos e habilidades necessárias para a posição em questão, mas com todas as atitudes requeridas. Isto porque muitas empresas acreditam que é mais fácil ensinar conhecimentos do que atitudes. E quanto às habilidades, cabe uma máxima: nem sempre as experiências que trouxeram o profissional até aqui servirão de base para sustentar o profissional em um novo ciclo de desenvolvimento para a organização.
O resultado é a crescente aceitação de profissionais de diferentes áreas e backgrounds como candidatos elegíveis a posições executivas em aberto. E assim podemos encontrar profissionais em RH oriundos da área financeira ou profissionais da área de tecnologia que vieram da área comercial entre outros exemplos. (É importante ressaltar, porém, que existem posições e áreas de atuação onde as habilidades são o quesito mais importante, como nas áreas de engenharia técnica, por exemplo.)
Para você que busca desenvolvimento profissional fica a dica: foque sua atuação em posições e/ou projetos que lhe proporcionem desenvolver novas aplicações para suas habilidades e conhecimentos já existentes. Também fique atento para feedbacks que lhe tragam insumos para o desenvolvimento e melhoria das suas atitudes.
Para as empresas que buscam novos talentos para suas estruturas, fica a dica: ampliar o escopo dos perfis avaliados para as posições executivas pode ser uma oportunidade de se surpreender com profissionais diferenciados que estão “escondidos” em outras áreas. Fonte: Portal Você S/A - Blog: Na mira do Headhunter