O papel de conversar com um colega sobre problemas como mau cheiro, mau hálito e roupas inadequadas está longe de ser confortável

Quem toma coragem para alertar alguém sobre essa situação pode não apenas ajudar no aspecto profissional mas também na identificação de problemas de saúde que podem ser sérios.

"Tratei de uma paciente que tinha mau hálito por causa de endometriose [localização anormal da mucosa interna do útero]", diz o cirurgião-dentista Celso Senna, diretor da Associação Brasileira de Odontologia.   Cintia Bortotto, 33, gerente de desenvolvimento organizacional da Bombril e consultora de recursos humanos, já conheceu um executivo que tinha mau hálito. Ela explica que eles não trabalhavam na mesma área, por isso não podia tomar a iniciativa de abordá-lo. Segundo Bortotto, essa falta de diálogo o prejudicou --ele foi preterido quando concorria a um cargo melhor.
"Não foi o único motivo e ninguém falava a respeito abertamente, mas o mau hálito foi fator de eliminação."

Depois disso, ela conta que passou a alertar colegas. Foi o que aconteceu com um funcionário que tinha mau cheiro. "Quando o abordei, mostrei que o assunto era delicado para nós dois", diz.

DANO MORAL

Deixar que problemas desse gênero persistam e gerem piadinhas e comentários nos corredores da empresa não trará prejuízos apenas ao profissional.

Quem se sentir prejudicado por chacotas pode recorrer à Justiça e abrir um processo por danos morais, alerta o advogado Rui Meier, especialista responsável pelo núcleo trabalhista do escritório Tostes e Associados.

Ele recomenda que o empregador avise ao empregado sobre a questão. O mesmo vale para roupas e maquiagem inadequadas.

"Nesse caso, ele [empregador] tem como exigir a mudança de maneira mais clara", explica Meier.   Fonte: Folha.com / Mercado 

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