As concorrentes 3M e Bettanin entraram com representação no Conar, alegando que estavam tendo suas imagens afetadas pela campanha
MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO
O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) suspendeu a
campanha "ecológica" da Bombril, na qual a lã de aço aparece como um produto
ambientalmente correto.
O Conselho de Ética do Conar acolheu o argumento das concorrentes 3M e
Bettanin, que entraram com representação alegando que estavam tendo suas
imagens afetadas pela campanha.
A campanha "Bombril dá de 1001 a zero nos inimigos da natureza" custou R$ 30
milhões e é primeira criada após a associação da W/, de Washington Olivetto,
com a McCann Erickson.
São quatro filmes para televisão, nos quais o garoto propaganda Carlos
Moreno compara a lã de aço às esponjas sintéticas amarelo e verde. Moreno
diz que a lã vira ferrugem e desaparece na natureza, enquanto a esponja
sintética demora anos e anos para entrar em decomposição.
A decisão do Conar não entra no mérito se a palha de aço é ou não um produto
ecológico. A suspensão está ligada especificamente ao tratamento dispensado
aos fabricantes de esponja sintética.
A campanha suscitou uma enorme discussão na internet sobre se o Bombril é
ecológico ou não.
Nos blogs de ambientalistas, questiona-se se é possível chamar de ecológico
um produto feito a partir de um recurso não renovável como minério de ferro
e que vem embalado em saco plástico.
Fonte: Revista Veja