"Viemos de um período de 2009 em que a economia teve uma parada, e voltou a crescer no meio do ano. A consequência dessa parada fez com que a retomada, em 2010, fosse mais forte. Essa comparação favorece 2010. A crise freou um pouco esse crescimento, e o pós-crise ajudou a recuperar o que tinha perdido e a crescer ao ritmo normal de antes", declarou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
Mudança no formato de divulgação
A meta do ministro Lupi era de atingir 2,5 milhões de empregos criados no ano passado. Para atingir esse objetivo, porém, o governo contabilizou, pela primeira vez, empregos relatados fora do prazo de entrega da declaração. Esses empregos, que geralmente são divulgados junto com a Rais, em meados de cada ano, somaram 387 mil em 2010. Sem a mudança na metodologia de divulgação, teriam sido criados, pelo critério antigo, 2,13 milhões de empregos com carteira assinada no ano passado.
Com a manobra, que mudou o formato de divulgação, o ministro conseguiu cumprir a meta de geração líquida de empregos (já descontadas as demissões) em 2010. Os números apresentados nesta terça-feira contabilizam os empregos atrasados de janeiro e novembro. Os números de dezembro ainda não foram fornecidos, mas, segundo Lupi, tendem a baixar um pouco a criação de empregos em 2010.
"Normalmente, esperávamos coletar todos os dados fora do prazo e só juntava com os dados finais da Rais [que saem no fim de maio], que são os dados ampliados. São dados mais próximos da fotografia real do mercado. Estou antecipando a divulgação deles. Não tem maquiagem dos dados. Não é meu perfil maquiar. Os dados são os mesmos e a metodologia é a mesma. Não há manipulação", declarou Lupi.
Mês de dezembro
Em dezembro do ano passado, o governo informou que foram fechadas 407 mil vagas com carteira assinada. Geralmente, há mais demissões do que contratações no último mês de cada ano. No mês passado, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, informou que o fechamento de vagas em dezembro seria inferior a 300 mil postos.
15 milhões de empregos nos governos de Lula
Dados do Ministério do Trabalho informam ainda que foram criados, entre janeiro de 2003 e dezembro de 2010, 15,04 milhões de empregos com carteira assinada. Esse valor incorpora os dados da RAIS, informou o Ministério do Trabalho, o que engloba, também, servidores públicos federais, estaduais e municipais.
Previsão para 2011
Lupi manteve a previsão de que serão criados, pelo menos, três milhões de empregos formais no primeiro ano do mandato da presidente eleita, Dilma Rousseff, apesar do corte de gastos esperado e da subida da taxa básica de juros projetada pelo mercado financeiro.
Segundo o ministro, o Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2), o programa Minha Casa Minha Vida, além da melhora do mercado internacional e da preparação para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas, devem impulsionar o emprego formal em 2011. Segundo ele, o setor de Serviços deve continuar "puxando" a criação de empregos formais, junto com o comércio e a construção civil.
"A economia tem o seu sistema de auto-defesa. Pode ter um aperto em alguns setores, mas vai ter um crescimento maior em outros. Penso que o Brasil ainda tem muito o que crescer, ainda temos muito o que fazer. Temos uma parcela grande da população sem água potável, temos muitas estradas por fazer. É diferente de países já evoluídos onde já está tudo pronto. O potencial de investimentos é muito grande", declarou Lupi. Fonte: Portal G1 / Economia