Por que não INDICAR ou APONTAR?

Volta e meia surgem termos e expressões que caem no gosto popular, e o brasileiro sai usando como se fosse alguma coisa “superior”, como se estivesse falando melhor e mais bonito.
O mais incrível é que muitos desses modismos nascem entre pessoas consideradas intelectualmente cultas.
Fora o famoso A NÍVEL DE, que julgo estar morto mas ainda não devidamente enterrado, há outros que sobrevivem garbosamente.

Entre executivos, empresários, consultores e outras categorias profissionais, é frequente ouvirmos “coisas” do tipo: “nicho de mercado”, “agregar valor”, “alavancar negócios”, “problemas pontuais” e assim por diante.
Nada errado, o que incomoda é a repetição, é o uso excessivo. Isso é pobreza de estilo.

É interessante observarmos o mau uso do adjetivo PONTUAL, que vem do inglês e significa “específico, restrito”. Em português, é bom lembrar, PONTUAL é “quem chega na hora marcada, quem cumpre o horário estabelecido”. Portanto, essa história de “problemas pontuais” pode causar confusão. É bobagem. É a mania de achar que falar bem é falar difícil.

Outro modismo que merece destaque é o verbo SINALIZAR. Esse invadiu gloriosamente a linguagem jornalística: “A decisão do governo sinaliza manutenção da política cambial”; “A alta do dólar sinaliza uma elevação dos preços em geral”; “Opção por Jorginho sinaliza que o Flamengo jogará defensivamente”…
É muita gente “fazendo sinal” por aí. Parece até guarda de trânsito desesperado. Por que não INDICAR ou APONTAR?
É bom trocar de vez em quando.
  Fonte: Blog G1 http://g1.globo.com/platb/portugues/ 

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