Estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) indica que 30,6% da indústria quem com contratar e manter o percentual positivo de emprego sinalizado no mês de fevereiro. O resultado coincide com a pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com análise, a tendência é de que os trabalhadores demitidos voltem a ocupar seus postos nas fábricas, retomando os níveis de emprego anteriores a crise internacional.
Em Marília, em 2009 o setor mais atingido pela instabilidade financeira gerada pela crise mundial foi o da alimentação. As indústrias demitiram 1.223 trabalhadores. DE acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Marília e região, pelo menos 300 já foram recontratados no primeiro trimestre deste ano.
Na avaliação do presidente da entidade sindical 60% da mão-de-obra dispensada no ano passado deverão ser reabsorvidos pelo mercado até o final do ano. “As empresas estão se adaptando as ocorrências do final de 2008 e 2009. Muitas já estão contratando, mas duvido que o emprego volte aos índices de antes da crise”, afirmou. Dados do Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados, órgão ligado ao Ministério do Emprego e Relações do Trabalho, revelam que nos dois primeiros meses deste ano as indústrias do setor admitiram 307 trabalhadores.
A mudança no nível de emprego nas indústrias de alimentação vai além da crise. O setor passa por uma modificação administrativa e estrutural. A tecnologia e a automação tão necessárias no processo competitivo substituíram algumas funções realizadas pelo homem.
A recontratação de pessoal também já começou a ser sentida nas indústrias metalúrgicas. Por cauda da queda nas exportações e em contrapartida da queda na produção, no ano passado 897 trabalhadores perderam o emprego. “O segmento vem de um histórico de demissões. Acreditamos na recuperação no nível de emprego, mas não em novos postos de trabalho”, afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Irton Siqueira Torres. De acordo com ele, o “buraco” aberto no mês de março do ano passado, quando somente a indústria Jacto dispensou mais de 240 trabalhadores, ainda não foi coberto. A expectativa é de que as indústrias metalúrgicas sintam as mudanças a partir da segundo trimestre. Nos meses de janeiro e fevereiro deste ano o setor metalúrgico admitiu 98 trabalhadores.
A crise internacional afetou até mesmo as indústrias químicas, que tradicionalmente são as menos demitem na região. Foram 221 dispensas no ano passado, aproximadamente 100 somente na Unipac. Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Maurílio Alvim, as previsões para este ano são mais positivas. No primeiro bimestre 23 o setor contratou 23 trabalhadores. “Na Unipac, cerca de 80% das vagas já foram preenchidas. No segundo semestre o setor como um todo já deve ter voltado à sua normalidade”, concluiu.
Fonte: Jornal da Manhã

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