Administração, o curso com maior número de alunos do país, é o tema do Guia de Carreiras desta semana. A graduação concentrava 14,9% das matrículas no ensino superior em 2004, com 640.724 estudantes em 2.046 cursos. O número de alunos é dez vezes maior do que os matriculados em medicina (64.965) e quase 20 (31.522) vezes o total de pessoas nas turmas de agronomia.
Os dados são do levantamento mais recente feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC), em parceria com a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped).
Nesta reportagem você vai saber dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e entender como as empresas juniores criadas em faculdades ajudam na formação dos estudantes. O G1 também conversou com pessoas bem-sucedidos na profissão.
Uma área abrangente, a administração permite ao profissional atuar em diversos ramos do setor público, privado e não governamental. As principais áreas de atuação, segundo o Conselho Federal de Administração (CFA), são finanças, marketing, mercadologia, recursos humanos, orçamento, relações industriais, administração de material e de produção e organização e métodos e programas de trabalho.
Graduação
O curso tem carga horária mínima de 3 mil horas e, em geral, dura quatro anos. No último período, os alunos devem fazer um estágio curricular e apresentar um relatório dessa atividade para concluir a graduação. No começo da faculdade, os estudantes têm aulas de disciplinas básicas como economia, contabilidade, sociologia, matemática, estatística, entre outras. Depois, aprendem matérias do ciclo profissional como marketing, recursos humanos, finanças e gestão.
Segundo especialistas da área, para ser um bom profissional o aluno deve fazer atividades extra-classe como participar de empresas juniores, atividades de extensão e pesquisas. “Tem que aproveitar todas as oportunidades que a universidade oferece porque as empresas, na hora de contratar, não olham só as notas dos alunos, mas também todas as atividades que eles fizeram que podem contribuir para uma boa formação”, aponta o coordenador do curso da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Aureliano Bressan.
Para a professora Marta Ferreira Santos Farah, coordenadora do curso de graduação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) – a primeira faculdade de administração do país – outra característica essencial nos bons profissionais é aliar a formação técnica à humanística. “Tem que saber gerir gente, ter uma boa relação com fornecedores, clientes e estar sintonizado com os desafios sociais e ambientais do mundo moderno”, diz. Segundo ela, um dos desafios nas graduações atuais é formar pessoas para trabalhar em agências reguladoras, organizações não-governamentais e empresas do mercado globalizado.
Já o presidente do CFA, Rui Otavio Bernardes de Andrade, destaca a necessidade de manter uma formação continuada. Segundo ele, é importante que o profissional faça cursos de especialização e pós-graduação na área. “A pessoa deve buscar aprender mais sobre a área que trabalha porque ninguém quer um profissional desatualizado, que se formou há anos e não está se renovando”, afirmou.
Mercado no Brasil
Há 230 mil administradores de empresas cadastrados no CFA. Segundo a instituição, também estão no mercado de trabalho os bacharéis em administração, que são os estudantes formados que não se credenciaram no conselho. Não há dados precisos sobre esses profissionais.
Uma pesquisa nacional sobre o perfil do administrador feita pelo órgão neste ano mostra que os homens são a maioria na carreira e correspondem a 67% dos profissionais. Cerca de 67,8% possuem emprego com carteira assinada. O levantamento aplicou 9.178 questionários em todos os estados do país. Também foram entrevistados 447 empregadores brasileiros.
De acordo com os dados da pesquisa, a renda média mensal nacional de um administrador de empresa fica em torno de 11,5 salários mínimos, aproximadamente R$ 4.025. Fonte: Portal G1