O governo federal pretende lançar, até abril, a segunda etapa da PDP (Política de Desenvolvimento da Produção) que, entre outras metas, deverá contemplar a formação profissional e técnica para setores estratégicos que tendem a crescer nos próximos anos como a construção civil e a área de petróleo e gás.
Desde o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, empresários têm sinalizado para a dificuldade de encontrar engenheiros para contratação. Um estudo deverá ser conduzido pela ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, para identificar outras áreas onde faltam profissionais. Essa pesquisa deverá ser apresentada em até 60 dias.
A necessidade de formação de mão de obra especializada levou o ministro da Educação, Fernando Haddad, a se reunir na manhã de hoje (16) com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, para discutir as linhas gerais do que está sendo chamado de plano nacional de acesso à educação profissional.
“O Mdic pode nos dar subsídios sobre os cursos técnicos prioritários. Eles têm o mapeamento das demandas do setor privado, das fronteiras de expansão e do parque produtivo. Isso vai facilitar a escolha do Ministério da Educação [MEC] e do Ministério do Trabalho”, disse Haddad à Agência Brasil ao sair do encontro.
A presidente Dilma Rousseff já anunciou em cadeia nacional de rádio e televisão a criação do Pronatec (Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica) para oferecer ensino profissionalizante a estudantes do ensino médio da rede pública no contra-turno escolar. O ensino poderá ser ofertado pelas escolas técnicas públicas, pelas escolas do Sistema S (como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Senai) e pela rede privada.
Além do ensino técnico, o ensino superior também está entre as preocupações do governo. “A escola técnica é o gargalo imediato”, disse Pimentel ao assinalar que o governo terá política para as atuais demandas, mas também terá planejamento a longo prazo, para os próximos quatro e cinco anos.
Haddad esteve companhado pelo secretário de Educação Superior, Luiz Cláudio Costa, e disse que o MEC conhece as deficiências na área de formação em engenharia. Segundo o ministro, há muitos brasileiros dispostos a cursar engenharia, mas a capacidade de absorver alunos é menor do que a demanda. “Se a gente regionalizar, vai verificar que há estados que são fronteiras de expansão industrial sem oferta de engenharias”, assinalou Haddad
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) é a interlocutora do setor empresarial para a elaboração da Política de Desenvolvimento da Produção. Segundo documento da entidade, há demanda por novos profissionais nos seguintes setores: alimentos (engenheiros de alimentos e técnicos e químicos de desenvolvimento); construção civil (engenheiros e trabalhadores da construção civil); confecção do vestuário (trabalhadores da confecção); metal mecânica (técnicos em mecânica e operadores); eletro-eletrônica (técnicos); calçados (técnicos e designers); petróleo e gás (engenheiros e soldadores); indústria automotiva (técnicos e operadores); indústria química (químicos e técnicos de desenvolvimento e operadores de produção); celulose e papel (técnicos e operadores de produção); indústria têxtil (engenheiros e técnicos); móveis (supervisores de produção e designers); metalurgia e siderurgia (engenheiros de materiais e de automação); e setor sucroalcooleiro (engenheiros e técnicos de laboratório). Fonte: UOL / Educação