Profissionais que escolhem a área de Tecnologia da Informação (TI) estão em constante adaptação às novidades do mercado. Então, se você está sempre antenado nos lançamentos tecnológicos, é fissurado em games e tem curiosidade por entender o funcionamento das coisas vai gostar de saber que é possível trabalhar com seus hobbies. E mais ainda, que esse é um mercado cheio de oportunidades.
Nesta terça-feira (29), o G1 traz em seu Guia de Carreiras o curso de processamento de dados, ou tecnologia em análise e desenvolvimento de sistemas, como também é chamado. A graduação está entre os cursos de TI oferecidos no Brasil.
"A área de tecnologia está crescendo e a procura por esses cursos é muito grande. Existem estudos que apontam que a tendência é que a área se expanda ainda mais. Hoje em dia, a demanda de empresas procurando por profissionais capacitados é bastante significativa", diz Hamilton Martins Viana, chefe do departamento de tecnologia da informação da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec-SP).
O crescimento no número de vagas na área de TI deve-se à gama de possibilidades de atuação. "Um aluno graduado em TI pode trabalhar em todos os tipos de empresa, que oferecem qualquer tipo de serviço. Isso porque ele desenvolve projetos de sistemas para a informatização de empresas em suas rotinas administrativas", diz Viana.
"O profissional de análise e desenvolvimento de sistemas está apto a trabalhar em todas as etapas de desenvolvimento de sistemas computacionais. Estas etapas são a análise, projeto, implementação e implantação de sistemas computacionais", afirma André Zampieri, coordenador do curso de tecnologia em análise e desenvolvimento de sistemas da Universidade Caxias do Sul (UCS).
Curso
O curso de graduação em processamento de dados não é um bacharelado, é um curso tecnológico, voltado diretamente para a parte prática da profissão. "O curso tem o mesmo valor para um mestrado, doutorado, ou pós-graduação. A diferença é que o bacharelado é mais amplo, e o curso de tecnologia é voltado para a prática no mercado de trabalho", diz Viana, da Fatec-SP.
Características esperadas do estudante de TI são o gosto pela informática e bom raciocínio lógico. "As matérias mais comuns são as disciplinas de Programação de Computadores, de Análise e Projeto de Sistemas, Banco de Dados e disciplinas que complementam o trabalho desenvolvido nestas", diz Zampieri.
E o coordenador dá a dica: "a tecnologia avança muito rápido, e em ciclos cada vez mais curtos. Por isso, o profissional deve se reciclar e adquirir novos conhecimentos e habilidades".
Dia a dia da profissão
Segundo Zampieri, na análise de sistemas é realizado o levantamento das necessidades que o sistema computacional se propõe a resolver. Na etapa de projeto, com os dados obtidos na análise, um projeto sobre como será o sistema computacional é produzido. A fase de implementação é quando o sistema computacional é construído (programado). Já a etapa de implantação ocorre quando o software é disponibilizado para o uso.
O profissional egresso do curso pode atuar, principalmente, como analista de sistemas, programador de computadores, analista de banco de dados e consultor de TI. É possível trabalhar em empresas especializadas no desenvolvimento de sistemas computacionais ou em empresas que utilizam sistemas computacionais.
"Hoje em dia, todos os tipos de organizações utilizam sistemas computacionais - indústria, comércio, serviços, bancos e até empresas da área da saúde. Também há o poder público, como prefeituras, governo federal e governos estaduais. Os profissionais de análise e desenvolvimento de sistemas estão aptos a trabalhar em qualquer empresa que necessite utilizar sistemas computacionais, seja no auxílio à tomada de decisões, ou no gerenciamento dos seus processos operacionais", diz Zampieri.
Escolha de menino
"Escolhi a área de tecnologia aos 12 anos. Comecei a lidar com computadores por meio de amigos e, a partir dalí, essa se tornou uma das paixões da minha vida. Curto tecnologia e gosto disso inclusive no meu tempo livre. Comecei a desenvolver [sistemas] na adolescência, e o ingresso na carreira de TI foi natural. O que me atraía era lidar diretamente com tecnologia e computação", diz Eduardo Campo de Oliveira, formado em processamento de dados.
Eduardo se formou em 1994 e hoje é gerente de Marketing e Negócios da Divisão de Produtividade e Colaboração da Microsoft Brasil. "Comecei na área técnica e trabalhava como analista de sistemas. Optei pela área de desenvolvimento porque gostava muito de programar. Trabalhei sete anos em um banco e pude atuar em diversos projetos na área financeira", afirma.
Com o crescimento na carreira, ele decidiu complementar a formação técnica com uma pós-graduação em marketing. "Queria trazer o aspecto de negócios para a área de tecnologia", diz. Segundo o gerente, a tecnologia se associa ao marketing. "O objetivo do marketing é demonstrar um produto, por isso conhecer tecnologia é o primeiro passo para entender como aquele produto vai atender às necessidades de um usuário."
Segundo Eduardo, o profissional de TI pode escolher entre as áreas de infraestrutura, que é o planejamento do sistema, ou o desenvolvimento do sistema na prática.
"A fama de nerd não é fama", diz Oliveira, em tom de brincadeira. "É preciso ser um pouco nerd para gostar de tecnologia, mas isso não significa que a pessoa precise ficar 100% do tempo vendo uma tela de computador. Eu, por exemplo, pratico esportes, gosto de música, já fiz curso de teatro, então depende muito de cada um. Tem desde o cara que é completamente fissurado em tecnologia, o famoso geek, e aquele que tem gostos variados. Acho que hoje em dia não dá para termos nenhum estereótipo do profissional de TI", afirma. Fonte: Portal G1 / Carreiras