A internet traz oportunidades de concretizar boas ideias sem exigir muitos recursos financeiros

Você pode não ser o Jack Dorsey, que aos 15 anos teve uma ideia genial, concretizou-a aos 29, em 2006, e hoje é dono do Twitter, uma das maiores redes sociais do mundo. Tão pouco Mark Zuckerberg, o criador do Facebook e o mais jovem bilionário da lista da Forbes. Mas, se tiver um projeto original e sua plataforma de desenvolvimento tiver relação com as novas mídias, você terá chances de obter um retorno financeiro estrondoso.   O mercado está em plena ascensão, principalmente nos países emergentes. A internet é um meio que possibilita começar um negócio com baixo aporte inicial e não demonstra nenhum tipo de saturação, mesmo porque boa parte dos prováveis consumidores ainda não tem acesso a ela. Dois terços da população brasileira estão fora da rede. Porém, as classes C e D — base da pirâmide social — estão aderindo à internet em ritmo acelerado.

Isso de deve à baixa dos impostos de computadores e notebooks e o aumento de postos de acesso em todo o país. Os jovens empreendedores estão de olho na oportunidade de negócios do mundo virtual. É o caso do carioca André Garcia, de 31 anos, criador do site Estante Virtual, um sebo online que reúne mais de 1 600 sebos de todas as regiões do país, 90% do mercado. "A internet possibilita criar um grande negócio dentro de um quartinho de serviço", diz.
André investiu 10 000 reais para começar o negócio

Logo em 2006, quando o site foi inaugurado, as vendas de livros atingiram a marca de 1 milhão de reais. Quatro anos depois, a previsão é fechar o ano em 30 milhões de reais. O faturamento da empresa vem de 5% em cima do valor da venda do livro, por meio de uma comissão, mais uma mensalidade paga por cada sebo participante. André procurava livros em livrarias e não achava. Por indicação dos amigos, resolveu procurar em sebos, o que achou pouco prático. Finalmente, buscou a internet. Entre seis sebos virtuais que visitou e acreditava serem os melhores, não comprou nenhum livro porque achou os preços exorbitantes.

Motivado por uma necessidade pessoal — encontrar os livros que precisava, pagar um preço justo e complementar a verba para pagar o mestrado — e por uma questão desafiadora, que era derrubar o monopólio de sebos virtuais que abusavam dos valores de venda, ele partiu em busca de abrir o próprio sebo virtual. André estudou programação para web, mapeou sebos por guia de negócios e internet. Depois de acionar os sebos, que aderiram à proposta rapidamente, o site entrou no ar. Deu certo.

A preparação para abrir a empresa demorou um ano.
  Novas mídias

Já Rodrigo Teco é um caso típico. Há pouco mais de dez anos, recém-formado, inquieto e atento às oportunidades, começou a observar uma nova mídia que surgia, mas que era muito incipiente ainda no Brasil: a tal da internet. Formado em artes plásticas e já estabelecido como diretor de arte com passagens pela MTV e UOL, Rodrigo queria saber mais sobre o mundo da web. Não pensou duas vezes, foi para Nova York, onde as novidades da rede estavam bombando. Fez um curso de arquitetura da informação, trabalhou por dois anos na multinacional INK Company e voltou ao Brasil em 2001 para montar o próprio negócio. Assim nasceu a Grafi konstruct. A empresa divulga marcas e presença de outras companhias na internet.

“Eu tinha 20 000 dólares no bolso e uma ideia nova na cabeça. Comprei alguns computadores, contratei dois profissionais e abri a minha empresa”, diz. Por possuir uma forma inovadora de trabalhar conteúdo numa mídia ainda nova no país, o empresário conquistou nos três primeiros meses dez clientes. Um ano depois, saltou para 20. Hoje, aos 36 anos, com 50 clientes, 30 pessoas em sua equipe de profissionais e faturamento de 3 milhões de reais, Rodrigo continua inovando. Cria sites de relacionamento para o mundo corporativo. Sua estratégia é analisar detalhadamente como as pessoas utilizam a internet para poder orientar as empresas como conversar com esses internautas de modo inteligente, divertido e atraente. Montou, recentemente, um test drive virtual para o lançamento do Mohave, da Kia Motors no Brasil — o que lhe rendeu 500 000 acessos no primeiro mês.

“Eu criei uma espécie de game no test drive com várias possibilidades, no qual você escolhe o roteiro de uma viagem, liga o som do carro e vai dirigindo até chegar lá, enfrentando o que tiver que enfrentar”, diz. Como estratégia de divulgação, inseriu esse projeto na novela Caminho das Índias, da Rede Globo, em que o personagem Márcio Garcia representava o papel de criador da ideia. A inserção fez com que o alcance e o interesse do público em participar do test drive explodisse.
  Fonte: Portal Você S/A - Especial Profissional 2.0   

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