Fibras de coco, algodão orgânico, couro vegetal e até pneu de caminhões serviram de matéria-prima para uma exposição de negócios
Fibras de coco, algodão orgânico, couro vegetal e até pneu de caminhões serviram de matéria-prima para uma exposição de negócios apresentada na noite de quinta-feira (17) para alunos, autoridades e empresários no Centro Universitário Eurípides de Marília (Univem).
O que parecia descartável foi beneficiado bolsas, camisetas e calçados e transformado em uma oportunidade para o eco-mercado por iniciativa de alunos formados em Administração no ano passado - o ‘balcão de negócios’ é disciplina na instituição.
“Marília não tinha uma loja exclusiva deste tipo de mercado até uns dois anos”, afirmou um dos integrantes do’Ecogrupo’, Paulo Guilherme Raineri Ruivo. “Atualmente, cerca de 50% de todas garrafas PET descartáveis já é utilizada na indústria têxtil”.
Lixo orgânico - Antes de escolher pelo trabalho apresentado na 1ª edição da ‘Noite dos Empreendedores’ - um dos quatro escolhidos entre 23 produzidos - Ruivo disse que foram descartadas as ideias de uma loja on-line e a produção de telhas com embalagens longa vida.
Para os integrantes do ‘Ecorganic’, o desenvolvimento do projeto que valeu a conclusão do curso saiu, literalmente, do lixo. “A gente percebeu que havia bastante resíduo orgânico de matéria-prima, sem uso”, disse a agora administradora Anelise Lobo.
Para o início do empreendimento, a aluna contou ter utilizado do lixo produzido pelo próprio grupo para se atingir o produto final: um adubo orgânico. “Fica pronto em cerca de 20 dias. A estrutura necessária não leva mais que um mês”.
Mercado ‘aberto’ - Seja dos restos orgânicos ou do pneu não utilizado, para ser aprovado o projeto precisou comprovar ser viável. “É uma opção de negócio que precisa ser lucrativa”, frisou o coordenador da disciplina, o professor Camillo Sivelli.
“O que chama a atenção é que o tema não é imposto, mas acabou surgindo porque os alunos descobriram uma demanda”, analisou o secretário municipal do Meio Ambiente, Mário César Vieira Marques, que acompanhou o evento de quinta (17).
Apesar de viáveis, Marques afirmou que os ‘eco-negócios’ ainda esbarram na falta de conhecimento de uso e retorno ambiental. “Pagar por saúde e sustentabilidade ainda é abstrato. Usar uma camisa comum e outra reciclável não faz diferença para muita gente”.
Fonte: Jornal da Manhã