Os meses de janeiro a março são chamados de

Está aberta a temporada de estágios. De janeiro a março são 210 mil vagas, 20% a mais do que o mesmo período do ano passado. “Houve um reaquecimento, no início do ano as empresas estão se reestruturando e contratando mais estagiários até para suportar essa demanda”, explica Erick Sperduti, analista de seleção.

Vaga tem, mas faltam interessados. Isso porque muitos candidatos que se inscrevem num programa de estágio só planejam voltar a trabalhar na volta às aulas ou depois do carnaval, em março. Com isso, algumas empresas não conseguem preencher as vagas.

Mesmo uma empresa que remunera bem, R$ 800 mais comissão sobre as vendas, que costuma dobrar o valor no fim do mês, está com dificuldades de encontrar um estagiário da área de administração. “Ele está perdendo uma oportunidade, pois ele vai entrar aqui e se desenvolver, então a gente só precisa que ele tenha o comprometimento e a iniciativa de estar aqui”, declara Ariane Traverzin, gerente comercial.

Tem candidato que é selecionado, mas na hora da entrevista desaparece. “Se ele já está faltando num processo seletivo, imagine quando ele iniciar um estágio ou trabalho na empresa.”, ressalta Sperduti.

Lei estágio:

- os contratos de estágio têm duração máxima de dois anos;
- a jornada de trabalho é de seis horas diárias;
- os estagiários têm direito a remuneração mensal, o bolsa auxílio;
- transporte;
- seguro contra acidentes;
- folga semanal
- direito a férias de 30 dias depois de um ano de trabalho na empresa.
Fonte: Abre - Agência Brasileira de Emprego e Estágio

O problema da falta de estagiário no mercado também tem outra explicação, a falta de qualificação.

Na região de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, faltam candidatos até para os estágios de nível técnico. As vagas mais difíceis de serem preenchidas são para técnicos em eletrônica, eletroeletrônica e para a área administrativa. Uma empresa está à procura de dois estagiários há um mês e, mesmo oferecendo bolsa-auxílio de R$ 600 mais benefícios, não consegue preencher as vagas.

Se você quer começar a carreira por um estágio, administração, comunicação e informática são as áreas que mais contratam. Mas se a intenção é ganhar mais, atenção para as áreas de engenharia, estatística e matemática.

No Ceará, uma experiência deu certo para a empresa e agora para um ex-estagiário. Em Fortaleza, Israel começou a estagiar numa corretora de seguros há um ano. Nesta semana foi contratado pela empresa. Agora ele tem mesa, ramal e até computador pessoal. “O estagiário inicialmente tem que acreditar que será contratado e com a dedicação, compromisso, isso leva crer que a empresa vai reconhecer seu trabalho e por conseqüência a contratação imediata”, declara Hermeto Aguiar, corretor de seguros.
 

Dados de Estágio no Brasil

Os meses de janeiro a março são a melhor época para se conseguir uma oportunidade de estágio. São chamados de "Temporada de Estágios". Os números do Brasil, total, revelam uma expectativa de 210 mil vagas, ou seja, um crescimento de 20% em relação ao mesmo período do ano passado.

Ensino Superior

Anualmente, ingressam no ensino superior 1,5 milhão e se formam 800 mil, o que equivale a 53,3 % do total de alunos. Ou seja, quase metade deles não concluem ou abandonam o curso, na sua maioria por falta de condições financeiras.

Esses números provam a importância do estágio, pois contribui para auxiliar o futuro profissional a custear seu curso e, principalmente, é a porta de entrada para uma nova carreira, já que ele aplica na prática o conteúdo aprendido em sala de aula.

Balanço Comparativo:

Vagas oferecidas no 1o. trimestre, chamado de "A temporada de estágios"

Em 2007: 200 mil vagas
Em 2008: 220 mil vagas
Em 2009: 156 mil vagas.
Em 2010: 175 mil vagas
Em 2011: 210 mil vagas (um crescimento de 20%)

Pensando em número total de vagas por nível Superior e Médio/Médio Técnico - Dados da Abres

2007: 200 mil vagas, sendo 130 mil para alunos do superior e 70 mil para médio e médio técnico
2008: 220 mil vagas, sendo 143 mil para alunos do superior e 77 mil para médio e médio técnico
2009: 156 mil vagas, sendo 110 mil para alunos do superior e 46 mil para médio e médio técnico
2010: 175 mil vagas, sendo 140 mil para alunos do superior e 35 mil para médio e médio técnico
2011: 210 mil vagas, sendo 170 mil para alunos do superior e 40 mil para médio e médio técnico.

O Número de estagiários no Brasil, segundo da Abres:

2007: 1 milhão de estagiários, sendo 650 mil do superior e 350 mil do médio e técnico
2008: 1,1 milhão de estagiários, sendo 715 mil do superior e 385 mil do médio e técnico
2009: 900 mil estagiários, sendo 650 mil do superior e 250 mil do médio e técnico
2010/2011: 1 milhão estagiários, sendo 740 mil do superior e 260 mil do médio e técnico

Considerando os dados apresentados, temos:

Houve um crescimento de 20% na oferta de novas vagas na Temporada de Estágios 2011. Sendo um crescimento de 21% no nível superior e de 4% no nível médio e médio técnico. Esse aumento menor é resultado da limitação do artigo 17 da lei de estágio para a contratação de estudantes do nível médio.

Os números ainda são menores que 2008, antes da lei ser sancionada.

A expectativa da Abres é um crescimento no total de estagiários no Brasil durante 2011, devido a uma expansão da economia e, principalmente, um amadurecimento da lei de estágios. Logo quando foi sancionada, houve um "apagão de novas vagas", mas com a publicação de uma "Nova Cartilha Esclarecedora sobre A Lei do Estágio", pelo Ministério do Trabalho e Emprego, dia 23 de novembro de 2010, as principais dúvidas foram sanadas e as empresas voltaram a dar oportunidades para os jovens.

Atualmente, os estagiários têm direito a:

Bolsa-Auxílio
Auxílio-Transporte
Recesso Remunerado
Carga Horária de 6h diárias (30h semanais) - alunos do médio, médio técnico e superior
Tempo máximo: 2 anos na empresa
Seguro contra acidentes pessoais
  DICAS ÚTEIS   Experiência
Falta qualificação. Isso vale para todos os profissionais que estão no mercado. Uma dica que damos para começar é investir na fase de preparação. Investia em leitura, procure ampliar a cultura geral, veja revistas e livros. Quando for participar de um processo, conheça um pouco a realidade da empresa. Procure realmente caprichar no seu conteúdo. Estude na faculdade, cumpra os trabalhos. A vida acadêmica é um ensaio da vida corporativa. Veja o professor como um possível cliente ou futuro chefe que estará te avaliando com metas e te dará um feedback sincero. Não estude só matérias que você goste, procurar também estudar as que outras que fazem parte do seu curso. Servem para aprender atividades que você não domina muito. Nós usamos a sigla CHA: Conhecimento, Habilidade e Atitude. Busque os conhecimentos que você precisa ter, o saber prático que são as habilidades, além da atitude de ir buscar.

Currículo
Existe um campo que fala das informações complementares. Ali é super válido mencionar trabalhos acadêmicos que foram premiados, iniciação científica, monitorias, trabalhos voluntários, trabalho em grêmios ou empresas juniores, ter participado de comissão de formatura. Tudo isso é válido pois mostra que você teve que desenvolver competências para cumprir esses outros trabalhos.

Temporadas de estágio
Janeiro até março é a primeira temporada. Muitas empresas têm jovens que se formam ou conseguem aprovação de orçamento para mais vagas. A segunda temporada começa em julho e vai até setembro, uma temporada que contempla os programas de estágio. Nessas temporadas o mercado está aquecido, mas também têm vagas durante todo o ano.

Ensino médio
É fundamental que se faça o estágio. Muitos jovens não se dedicam à atividade corporativa enquanto fazem seu caminho acadêmico. É preciso saber conciliar os dois.

Exigências
Carga horária máxima de 6 horas diárias e 30 semanais. A bolsa-auxílio e as férias, chamada de recesso remunerado, são obrigatórias. Tempo máximo de dois anos na mesma empresa se a faculdade for de 4 anos. Relatório mensal de atividades para ver se está sendo compatível com o que aprende na faculdade. O maior ganho que o estagiário tem, a princípio, não é o financeiro. É a aprendizagem. Tem que colocar isso na balança e ver se vale a pena, apesar do valor da bolsa-auxílio nem sempre ser bom.
  Fonte: Jornal Hoje 

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