é preciso se preparar

Quando surge a necessidade de mudar de emprego, seja pelo fato de o profissional não se sentir valorizado ou porque surge uma nova oportunidade, aparecem questões que não são simples de responder. Como se preparar para a mudança? Que empresas procurar? Como analisar uma oportunidade? Que habilidades é preciso desenvolver? O salário é a questão mais importante? Quem nunca pensou em largar um emprego insatisfatório? O receio do desemprego e das dificuldades que uma mudança pode trazer faz com que muitas pessoas mantenham empregos que não gostam e que não promovem o crescimento pessoal, apesar do conforto e da estabilidade. O que fazer quando a dúvida de mudar ou não de emprego bate à porta? Acredito na importância de ter coragem e encarar um novo desafio, mas é preciso fazer algumas análises.

Uma questão que algumas pessoas consideram no momento de mudar de emprego é o tempo de permanência em uma mesma empresa. A verdade é que não existe um tempo mínimo. Mudar de emprego exercendo a mesma função, sem avaliar de maneira clara as reais possibilidades de crescimento na carreira, apenas porque está na mesma empresa há mais de dois ou quatro anos, não é um bom motivo para a decisão. Se o profissional trabalha na mesma empresa há muitos anos, mas tem ocupado funções diferentes, desafiadoras, que permitem aprendizado constante, não vale apena mudar. Não será uma boa decisão deixar de aproveitar o crescimento da carreira dentro da própria empresa para ficar estagnado em outra organização, que não lhe proporcione a possibilidade de enfrentar e superar novos desafios.

A decisão de trocar de emprego deve levar em conta vários fatores e o tempo de mudar de empresa é muito pessoal e varia caso a caso. Pesquisas apontam que na visão dos executivos um bom emprego é aquele que oferece perspectivas de crescimento e é complementa do por salários e benefícios atraentes. Outro dado apontado por estudo da Quorum Brasil, empresas especializada em pesquisa de mercado, é que o ambiente inadequado e a falta de treinamento são motivos que levam os profissionais a deixarem as empresas. Por outro lado, vemos que a falta de experiência e características de comportamento, como, por exemplo, a falta de iniciativa e comprometimento são aspectos que dificultam a contratação e aumentam as demissões pelas empresas. Dados. Ao analisar uma proposta, considere a localização, tamanho, faturamento, número de filiais, cultura organizacional da empresa. Essas informações você encontra nos sites das empresas, principalmente das organizações de grande porte.Você pode conve rsar com pessoas que trabalham na empresa. Saber o salário e os benefícios, a posição que você vai assumir e a possibilidade real de crescer na carreira são informações muito importantes, que devem ser analisadas tanto por quem está trabalhando como por quem está disponível no mercado. Mas é claro, se você está empregado, evite trocar de emprego para uma posição ou mesmo salário similar a que você está.

Administrar a carreira é um desafio!

É importante ter um plano e constantemente avaliá-lo e, se for preciso, fazer alterações de percurso levando em consideração as necessidades de mudança, que podem ser pessoais ou de mercado. Segundo Dorie Clark, especialista em marcas pessoais, sempre há alguém trocando de carreira para se reinventar. Nesta transição, é importante que o profissional administre sua “marca”, o que pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso da mudança.

Este processo tem cinco etapas:
1) definir o destino desejado e adquirir as habilidades necessárias;
2) elaborar uma proposição de vendas singular e usar tudo aquilo que o diferencia para se destacar;
3) traçar uma narrativa que descreva sua transição em termos do valor que isto aporta para os outros;
4) reapresentar sua pessoa,usar as mídias digitais e aproveitar todas as oportunidades para exibir sua capacidade;
5) estabelecer e promover o seu histórico para provar seu valor. Uma estratégia bem pensada ajudará o indivíduo a ser o agente da mudança.

É preciso manter o network atualizado, conhecer o mercado em que atua, manter sempre o canal aberto com as empresas anteriores em que trabalhou e buscar fazer o que realmente gosta. A recomendação é refletir para buscar entender quais as reais necessidades da mudança e o desafio é saber o que gosta de fazer.

O maior motivo para sair ou não de um emprego é estar ou não feliz com o que faz.

MARIA ROBERTA ALMEIDA - COORDENADORA ACADÊMICA DOS MBAs DO IBMEC-RJ
Fonte: O Estado de São Paulo
 

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