A reportagem do quadro Mercado de Trabalho pode ajudar quem tem dificuldade de falar em público. Há alguns erros que devem ser evitados no ambiente de trabalho.
A atriz e pedagoga ensina quem tem dificuldades de comunicação. Ela simula um bate papo entre colegas. “Se eu falar com alguma pessoa e ficar grudada, a outra pessoa não vai gostar. É como se estivéssemos em um círculo. As pessoas precisam respeitar pelo menos um metro de distância para falar, principalmente em um ambiente empresarial”, explica Eunice Mendes, consultora em comunicação pessoal.
Em uma conversa ou reunião, evite mexer no cabelo. Se for mulher pode prendê-lo. Não manipule objetos como caneta ou chaveiro, nem fique mexendo na gravata ou nos óculos. Elimine as palavras como tá, né, ok, certo, tipo assim, acho que, a nível de e é isso aí. Procure não usar palavras estrangeiras ou palavrões.
"Não precisa ficar tenso, de braços cruzados, porque isso só afasta. Só aumenta a distância entre você e as pessoas da reunião", sugere a consultora.
Nem para o chão nem pro teto. O estudante Fábio Silva, de tão tímido, olha para um outro ponto. “Geralmente, a gente foca no fundo da sala só para não ver ninguém na frente”, justifica.
“Estabeleça contato comigo. No momento em que a pessoa olha pro chão ou para o teto, a pessoa me perde", orienta Eunice. "Quando a pessoa coloca as mãos para trás passa a mensagem de estar insegura e não sabe o que fazer. A mão cruzada, em cima do abdômen, significa que eu não estou muito receptiva e dá um ar meio relaxado. Os gestos, as palavras e meus atos precisam ter coerência e equilibro. Já a mão na cintura parece que sou dona do estabelecimento e isto dá uma pose muito prepotente. Se a pessoa tiver uma boa estrutura para a fala, as mãos acompanharão normalmente a mensagem.”
Ele é doutor em economia, risonho e falante. Quem imaginaria que o economista Roberto Macedo tinha pavor de falar em público? Mas hoje ele ensina em palestras como é importante a comunicação. O medo deve ser enfrentado ainda na adolescência.
“Tem uma certa patrulha porque o pessoal tem medo de falar bobagem. Você não pode falar abobrinha, mas não precisa ter medo de errar. Algumas das coisas vão dar certo. Tem uma certa taxa. Pode errar uns 5% ou 10%, mas se você errar 90%, é melhor ficar calado”, brinca Macedo.
Exercícios ajudam quem tem dificuldades para fazer uma palestra, falar em público ou apresentar um trabalho.
Na comunicação oral
- Falar muito baixo ou muito alto.
- Falar muito depressa ou muito devagar.
- Falar com voz estridente.
- Falar em tom monótono, sem modulação.
- Diminuir o volume da voz no final de frases.
- Falar como um ´robô´.
- Omitir "s" e "r" finais.
- Usar muitos termos estrangeiros.
- Pronunciar incorretamente os termos estrangeiros.
- Ser repetitivo(a).
- Expressar-se sem objetividade e clareza.
- Usar termos técnicos para um público leigo.
- Usar argumentos inconsistentes e genéricos.
- Perder-se em detalhes.
- Utilizar vícios de linguagem: ´Tá?´; ´Né?´; ´Ok?´; ´Certo?´; ´Entendeu?´; ´Percebe?´; ´É isso aí!´; ´Tipo assim... ´; ´A gente´; ´Acho que... ´. A nível de "...
- Repetir as mesmas coisas, mesmo que de formas diferentes ou usar pleonasmos tais como: ´elo de ligação´; ´novo lançamento´; ´acabamento final´; ´certeza absoluta´, ´sintomas indicativos´; ´detalhes minuciosos´; ´encarar de frente´; ´multidão de pessoas´; ´retornar de novo´; ´surpresa inesperada´; ´escolha opcional´ e ´planejar antecipadamente´.
Na comunicação não verbal
- Manipular objetos (caneta, chaveiro, crachá, gravata etc.).
- Ajeitar constantemente os cabelos e os óculos.
- Coçar-se.
- Prender as mãos nas costas.
- Roer unhas.
- Cruzar os braços.
- Enfiar as mãos nos bolsos.
- Apoiar as mãos na cintura.
- Apoiar-se nos móveis.
- Olhar para o chão ou para o teto.
- Olhar muitas vezes para o relógio.
Na comunicação interpessoal
- mostrar-se prepotente.
- mostrar-se subserviente.
- Fornecer informações incorretas.
- Interromper o interlocutor, desrespeitando a sua vez de falar.